Estou naqueles dias em que me apetece andar por ruas desconhecidas. Quem sabe, até mesmo ir aos sítios que mais me marcaram, nos últimos tempos, e tirar-lhes o significado que têm. Navegar em almas desconhecidas e conhecidas e tentar pôr um fim no que já acabou há demasiado tempo. Tenho frio. Tenho a janela aberta e esta brisa gelada até me está a fazer bem. Sinto os arrepios a percorrerem-me todo o corpo. Isto às vezes torna-se estranho. Engraçado, e sem ter graça nenhuma, mas só agora é que estou a ter noção da realidade. Sou demasiadamente dada a esperanças. Sempre acreditei que, voltando para aqui, o passado se pudesse tornar no meu presente, outra vez. Sorte dos diabos, é exactamente o contrário. Costumam-me dizer que "há coisas piores, não é o fim do mundo e tudo passa". É certo. Mas, e quando a dor se entranha no amor?